cafundó

06 maio, 2006

thempus ex machina

o tempo é máquina de moer
enquanto te esperava roí as unhas
cortei os cabelos
mudei de pele
perdi os números
os sapatos
o endereço
pedi arrego,
desculpas
hortelã, alecrim e prozac
me desidratei, murchei
morri cem vezes

o tempo é máquina de criar
enquanto te esquecia afiei as garras
refiz meu rosto
assimilei o sol
troquei de amigos
de passo
de ares
ganhei espaço
força
hortelã, alecrim e poesia
enchi um mar
explodi em vidas

o tempo é máquina de inventar mentiras.

1 Comments:

  • Muito bom, Glau. Voltou e voltou com força. Beijo.

    By Anonymous Anônimo, at 5:33 PM  

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